Sahraa Karimi, cineasta afegã, fez um apelo ao mundo escrevendo uma carta aberta como pedido de socorro para as artistas mulheres em seu país.
Após a saída das tropas americanas do país, que cercaram o país desde do ataque de 11 de setembro ao World Trade Center, o grupo retornou com força nesse fim de semana, assumindo o poder em Cabul, capital do Afeganistão.
No entanto, dessa vez, o grupo terrorista vem com uma mensagem mais suave: “A vida, a propriedade e a honra não serão prejudicadas“.
Segundo a cineasta de “Hava, Maryam Ayesha”,um dos filmes indicados no Festival de Veneza em 2019, o grupo terrorista Talibã, impedem o envolvimento de mulheres na área artística e retira os direitos básicos, como ensino.
“[Os Talibãs] vão retirar os direitos das mulheres, que serão empurradas para as sombras das nossas casas e das nossas vozes, a nossa expressão será abafada no silêncio. Quando os Talibãs estavam no poder, nenhuma menina frequentava a escola. Desde então, existem mais de 9 milhões de meninas afegãs em escolas. Nestas poucas semanas, os Talibãs já destruíram muitas dessas escolas e 2 milhões de meninas são forçadas a abandoná-las novamente ”, disse Karimi.
Além disso, Karimi demostra temor de que se o Talibã controlar novamente o país, tirando a liberdade do trabalho artístico, que foi construído durante o governo pacífico entre o Afeganistão e a tropa americana.
“Tudo o que trabalhei tanto para construir como cineasta no meu país corre o risco de cair. Se os Talibãs assumirem o controle, eles banirão toda a arte. Eu e outros cineastas podemos ser os próximos na sua lista de alvos ”, disse Karimi, que também é chefe da agência estatal Afghan Film, num outro vídeo publicado nas redes sociais.
Fuga
Após a tomada do poder, muitos afegãs estão indo em direção as fronteiras, além de lotarem os aeroportos tentando fugir do país tomado pelos Talibaneses.