A atriz Nathalia Dill, em entrevista por Zoom, falou sobre as mudanças que teve no corpo e mente depois da maternidade.
Nathalia, que é casada o com o músico Pedro Curvello, com quem tem uma filha, Eva, de apenas 8 meses, falou sobre sua carreira e a conciliação com o casamento e a maternidade.
“Estou questionando mais os estereótipos. Por que a mocinha tem de ser sempre magrinha? Por que quando a gordinha é protagonista a questão do peso é tema central da trama? Nos Jogos Olímpicos do Japão, falaram muito que o corpo da Rebecca (Cavalcante Barbosa da Silva) não era de jogadora de vôlei de praia. Então qual é? Eu sou mais atleta do que ela porque sou um pouco mais magra? A sociedade está se abrindo, mas a questão é muito estrutural. Ainda não teríamos uma atriz com o corpo da Rebecca como protagonista de um filme. Infelizmente”, diz a atriz.
A artista revelou que alguns incômodos de antigamente se tornaram normais, e ela passou a se aceitar do jeito que está.
“O corpo do ator tem que servir ao personagem, e não a um padrão estético. Às vezes isso pode se confundir. Há alguns anos, havia uma patrulha muito forte. Toda vez que ia à praia, sites mostravam ‘Nathalia e suas celulites’. Não sou uma máquina, e me sentia muito desconfortável, pois era uma forma de depreciação, em que colocava-se a celulite como defeito. De uns tempos para cá, a celulite não esta mais nos títulos. Felizmente.”
Recuperação
Além disso, ela demostra que está disposta a se voltar ao corpo normal aos poucos, sem cobrança, pois é um novo tempo cheio de mudanças em sua vida.
“Eva acabou de completar 8 meses, e as minhas calças ainda não cabem em mim. Isso é chato. Agora que voltei a fazer exercício, aos poucos. Mas não sei se quero ficar apegada ao corpo antigo. É um novo corpo. Vejo meu braço mais gordinho, a barriga estufadinha. Estou mais presente. Tinha aquela fantasia de que a mulher saía maravilhosa do parto normal, pronta para correr uma maratona. Pode até ser para algumas, mas comigo não foi bem assim. O meu pós-parto foi muito difícil. Tive laceração e precisei levar pontos. Fiquei duas semanas com dor. Minha irmã, que fez cesárea, teve a recuperação muito mais tranquila. Não que eu esteja defendendo a cesariana, imagina, mas acho que não podemos romantizar.”